DIETA PARA UM PLANETA CONSCIENTE

Buda uma vez contou a seguinte estória aos monges dele:

Um casal e o seu filho mais novo estavam cruzando um vasto deserto a caminho de buscarem asilo em outra região. Mas eles não tinham planejado bem e, no meio do deserto, estavam somente na metade do caminho quando ficaram sem comida. Percebendo que todos os três iriam morrer no deserto, os pais tomaram uma decisão horripilante: matar e comer o próprio filho. Toda manhã eles comiam um pedacinho da carne do filho, o suficiente para ter energia de caminhar um pouco mais adiante, o tempo todo chorando. “Onde está o nosso garotinho?” Eles carregavam o restante da carne do filho nos ombros, para que continuasse secando ao sol. Toda noite o casal olhava um para o outro e perguntava: “Onde o nosso amado filho está agora?” E choravam e puxavam os cabelos, e consternados batiam no peito. Finalmente, eles foram capazes de cruzar o deserto e chegar à nova terra.

Quando Buda terminou de contar esta estória, perguntou aos monges: “Vocês acham que este casal gostou de comer a carne do filho deles?”
“Não,” responderam os monges. “Esses pais sofreram terrivelmente quando tiveram que ingerir a carne do filho.”

Então Buda disse: “Nós temos que praticar nos alimentando de um modo tal que retenha compaixão em nosso coração. Temos que comer em estado de consciência plena. Senão comeremos a carne de nossos próprios filhos.”

No Sutra “A Carne do Filho”, Buda nos ensina a praticar o consumo consciente para preservar o nosso futuro. O nosso futuro pode ser sempre vislumbrado em nosso presente. Se o presente parecer de um jeito, o futuro provavelmente parecerá o mesmo, pois o futuro é feito do presente. Portanto, para salvaguardarmos nosso futuro temos que fazer mudanças no presente. Se aplicarmos o Sutra “A Carne do Filho” em nosso cotidiano, seremos capazes de nos salvar e salvar o nosso planeta.

A situação em que a Terra se encontra hoje foi construída pela produção inconsciente e pelo consumo inconsciente. Estamos violentando nossos lares e estamos nos defrontando com o aquecimento global e mudanças climáticas catastróficas. Criamos um ambiente que é conducente à violência, ódio, discriminação e desespero.

No mundo moderno as pessoas pensam que os seus corpos lhes pertencem, e que elas podem fazer o que quiserem consigo mesmas. “Temos o direito de viver nossas próprias vidas,” dizem elas. A lei apóia tal declaração; esta é uma das manifestações do individualismo. Mas de acordo com o ensinamento de Buda, o seu corpo não é seu. O seu corpo pertence aos seus ancestrais, aos seus pais e às futuras gerações. Ele também pertence à sociedade e a todos os outros seres vivos. Todos eles se reuniram – as árvores, as nuvens, o solo, tudo – para trazer a presença deste corpo. Nossos corpos são como a Terra. E existe a Bodisatva Portadora da Terra, sustentando tudo em conjunto.

Manter o seu corpo saudável é uma forma de expressar gratidão e lealdade a todo o cosmos, a todos os ancestrais e futuras gerações. Se formos saudáveis, todos podem se beneficiar disso – não apenas os seres humanos, mas também os animais, plantas e minerais. Este é um preceito do bodisatva. Quando praticamos os cinco treinamentos da consciência plena nós já estamos no caminho de um (a) bodisatva.

Nós somos o que consumimos. Se olharmos profundamente para o quanto e quais itens consumimos diariamente, iremos conhecer muito bem a nossa própria natureza. Temos que comer, beber e consumir, mas se fizermos isto irrefletidamente, podemos destruir nosso corpo e nossa consciência, demonstrando ingratidão para com os nossos ancestrais, nossos pais e futuras gerações. Todos nós sabemos que às vezes abrimos o refrigerador e tiramos um item que não é bom para nossa saúde. Somos inteligentes o bastante para reconhecer isto. Mas mesmo assim continuamos e comemos aquilo para tentar cobrir a inquietação dentro de nós. Consumimos para esquecer nossas preocupações e nossas ansiedades. A prática recomendada por Buda é a de que quando um sentimento de ansiedade ou medo surge, não devemos tentar suprimi-lo através do consumo. Ao invés, convidamos a energia da mente consciente a se manifestar. Praticamos caminhando conscientemente e respirando conscientemente para gerar a energia da consciência plena, e solicitamos a esta energia que cuide da energia que está nos fazendo sofrer. Se não praticarmos, não teremos suficiente energia de consciência plena para cuidar do nosso medo, da nossa raiva, e é por isso que consumimos para reprimir tais energias negativas.

Buda recomenda que cada monge e monja tenham uma tigela para levar à ronda da mendicância. O termo budista para a tigela de mendicância é “recipiente de medida apropriada”. Visto que a tigela é exatamente do tamanho correto, sempre sabemos o quanto comer. Nunca comemos demais, porque comer muito trás doença aos nossos corpos. Obesidade se tornou um imenso problema de saúde na sociedade ocidental, enquanto povos nos países pobres não têm o suficiente para comer.

Ignoramos a regra da moderação. Consciência plena da alimentação nos ajuda saber o que e o quanto devemos comer. Devemos nos servir somente do que podemos comer. Eu sugiro, para a maioria de nós, que nos sirvamos menos do que estamos habituados a comer diariamente. Vemos que pessoas que consomem menos são mais saudáveis e mais alegres, e àquelas que consumem muito podem sofrer muito profundamente. Se mastigarmos cuidadosamente, se comermos somente o que é saudável, não iremos levar doenças para dentro de nossos corpos e mentes. Não iremos comer a carne dos nossos ancestrais, filhos e netos.

Quando comemos com a mente consciente, estamos em contato íntimo com a comida. O alimento que comemos chega até nós a partir da natureza, dos seres vivos e do cosmos. Tocá-la com a nossa total consciência é mostrar nossa gratidão. Comer conscientemente pode ser uma grande alegria. Nós pegamos a comida com o nosso garfo, olhamos para ela por alguns instantes antes de colocá-la na boca, e então a mastigamos cuidadosamente e conscientemente, pelo menos cinqüenta vezes. Praticando desta forma, estamos em contato com todo o cosmos.

Existem tipos de alegria que podem ser nutritivas e saudáveis, trazem-nos calma, conforto e nos deixam cheios de paz e frescor, e nos ajudam a permanecer claros e lúcidos. Este é o tipo de alegria que precisamos. Existem outros tipos de alegria que podem nos trazer muito sofrimento posterior: a alegria de ingerir alimentos prejudiciais à saúde, bebidas alcoólicas, doces em demasia, que trazem toxinas para dentro do nosso corpo. Temos que distinguir entre estes dois tipos de alegria. Uma é saudável e nutritiva e a outra destrutiva.

O alimento que comemos pode revelar a interconexão do universo, da Terra, de todos os seres vivos e de nós mesmos. Cada mordida no vegetal, cada gota de molho de soja, cada pedaço de tofu NT contém a vida do sol e da Terra. Podemos ver e provar todo o universo em um pedaço de pão! Podemos ver o significado e valor da vida nestes preciosos pedacinhos de comida.

Ter a oportunidade de sentar com a família e amigos e saborear um magnífico alimento é algo precioso, algo que nem todo mundo tem. Muitas pessoas no mundo estão passando fome. Quando eu seguro uma tigela de arroz ou um pedaço de pão, sei que sou afortunado e sinto compaixão daqueles que não têm o que comer e estão sem amigos ou família. Esta é uma prática muito profunda. Não precisamos ir a um templo ou uma igreja para praticar isto. Podemos praticar isto à nossa mesa de jantar. Comendo conscientemente podemos cultivar as sementes da compaixão e compreensão que fortalecerão nossa determinação de fazer algo para ajudar a nutrir as pessoas famintas e solitárias.

Uma coisa que podemos fazer é considerar o quanto de carne nós consumimos. Por mais de dois mil anos, muitos budistas têm sido vegetarianos com o propósito de nutrir compaixão pelos animais. Agora nós também descobrimos que mudar para uma dieta vegetariana pode ser uma das maneiras mais efetivas de lutarmos contra a fome mundial e o aquecimento global. A prática de criar animais para alimentação tem criado alguns dos piores prejuízos ambientais no planeta e é responsável por um quarto das emissões de gás do efeito estufa.

A nossa forma de comer e produzir alimento pode ser muito violenta para outras espécies, para os nossos próprios corpos e para a Terra. A Mãe Terra sofre profundamente por causa da maneira como nos alimentamos. Animais criados para abate é a maior fonte mundial de poluição de água; os dejetos das fábricas das fazendas e açougues escorrem para nossos rios, córregos e água potável. Somente nos Estados Unidos centenas de milhões de acres de florestas foram devastadas para plantar milho para alimentar animais de criação. As preciosas florestas tropicais que mantém o frescor do nosso planeta e provêm moradas para a maioria das espécies de plantas e animais da Terra estão sendo queimadas e limpas para criar terras de pastos para o gado.

Grande parte dos milhões de toneladas de grãos que plantamos não é usada para alimentar as pessoas, mas sim para criar gado para o abate e para produzir bebidas alcoólicas. Uma agência de proteção ambiental relata sobre a produção da agricultura de milho nos Estados Unidos no ano 2000 que de acordo com a National Corn Growers Association, cerca de 80% de todo milho plantado nos Estados Unidos é consumido pelos semoventes de fazendas ou granjas de criação nacionais e estrangeiras, produção de aves domésticas e peixe.3 Quando você segura um pedaço de carne e olha profundamente para ela, verá que uma quantidade imensa de grãos e água foi usada para fazer aquele único pedaço de carne. Uma enorme quantidade de grãos e água também é usada para fazer álcool. Todo dia dezenas de milhares de crianças morrem de fome e desnutrição; aquele grão poderia alimentá-las. Quando ingerimos bebida alcoólica em estado de consciência plena, compreendemos que estamos bebendo o sangue de nossos filhos. Estamos comendo nossos filhos, nossa mãe e o nosso pai. Estamos devorando a Terra.

Temos que pressionar as indústrias de semoventes para mudarem. Se pararmos de consumir elas pararão de produzir. Ao comer carne nós compartilhamos a responsabilidade de causar mudança climática, as destruições das florestas, e envenenamento do nosso ar e água. O simples ato de se tornar um vegetariano pode fazer uma diferença na saúde de nosso planeta. Se você não consegue parar completamente de comer carne, você ainda assim pode decidir se esforçar para diminuir. Retirando carne da sua dieta por dez ou mesmo cindo dias por mês, você já estará realizando um milagre – um milagre que ajudará a resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento e reduzir dramaticamente os gases do efeito estufa.

A cada refeição, fazemos escolhas que ajudam ou prejudicam a Mãe Terra. “O que devo comer hoje?” é uma pergunta profunda. Pode ser que você queira fazer esta pergunta a si mesmo toda manhã. Você pode descobrir que, na medida em que pratica o consumo consciente e começa a olhar profundamente para o que come e bebe, o seu desejo por carne e bebida alcoólica diminuirá.

Em muitas tradições budistas, monges e monjas são vegetarianos. Muitos praticantes budistas laicos na China e Vietnã também são vegetarianos e existem outros que se abstém de comer carne dez dias por mês. Eu recomendo veementemente a todos que cortem os seus consumos de carne ao menos pela metade. Durante as minhas mais recentes visitas aos Estados Unidos, muitos praticantes budistas americanos me disseram que eles tinham se comprometido a parar de comer carne ou a comer cinqüenta por cento menos. Este é um despertar coletivo que já está acontecendo. Se conseguirmos assumir o compromisso de nos tornar vegetarianos, ou parcialmente vegetarianos, sentiremos bem-estar – teremos paz, alegria e felicidade desde o momento em que assumimos este compromisso. Nosso despertar coletivo pode criar mudanças no mundo inteiro.

Temos que praticar o consumo consciente para nos proteger, proteger nossas famílias, sociedades e planeta. Crianças, professores e pais todos podem praticar o consumo consciente. Os líderes de organizações e comunidades podem praticar o consumo consciente e encorajar outras pessoas a seguir seus exemplos. Se você fosse um Prefeito, iria querer proteger as pessoas da sua cidade do consumo irrefletido que traz mais violência e sofrimento para a sua cidade. Até o presidente da nação mais poderosa do mundo pode ser encorajado a consumir mais conscientemente. Até o presidente tem natureza búdica – a semente da compreensão e compaixão – em algum lugar dentro dele.

Quando somos capazes de sair da casca do nosso pequeno eu e ver que estamos inter-relacionados com todos e com tudo compreendemos que todos os nossos atos afetam toda humanidade e todo o cosmos. Manter o seu corpo saudável é um ato amoroso dirigido aos seus ancestrais, aos seus pais, futuras gerações e sociedade. Saúde não significa apenas saúde física, mas também saúde mental. Consumo consciente traz saúde e cura para nós mesmos e para o nosso planeta.

Existem outras coisas que consumimos além dos alimentos, e o consumo consciente também inclui estas coisas. No Discurso sobre os quatro tipos de alimentos, Buda fala de alimentos como apenas uma das quatro fontes de consumo nosso. A segunda fonte é chamada de impressões sensoriais. Consumimos através dos olhos, ouvidos, nariz, corpo e consciência. Consumimos quando assistimos a um filme, lemos um artigo na revista, vemos uma propaganda, escutamos uma conversa.

Às vezes o que consumimos é música relaxante, o cheiro do frescor do jardim, ou a beleza do mundo a nossa volta. Mas geralmente o que consumimos contém muita toxina. Quando você dirige pela cidade, consome – as propagandas que você vê penetram em você. Quando você tem uma conversa com alguém cujas palavras estão cheias de ódio e violência, estas palavras ficam em você. Em média, quando uma criança nos Estados Unidos conclui a escola elementar, ela terá assistido mais de oito mil assassinatos e mais de cem mil atos de violência na televisão.4 Isto já é um consumo muito tóxico no corpo de uma criancinha. Todos os venenos que ingerimos através do corpo e da consciência destroem o corpo e a consciência que os nossos pais e ancestrais nos transmitiram.

Para ilustrar o consumo sensorial, Buda contou a estória de uma vaca com doença de pele. A doença de pele era tão severa que a vaca tinha perdido partes da sua pele, deixando-a vulnerável a todos os insetos que vinham sugar o sangue ou comer a carne dela. A vaca não tinha meios de se proteger. Quando ela era levada para perto de uma árvore antiga, todas as minúsculas criaturas que viviam na casca da árvore rastejavam ou voavam para pousar na vaca. Quando a vaca se deitava, os ínfimos seres vivendo no solo se levantavam e se fixavam na vaca. E quando a vaca era levada até a água, as criaturazinhas da água vinham comer e sugar o sangue da vaca. Sem consciência plena, nós somos como uma vaca sem pele, permitindo que as toxinas penetrem em nós e nos destruam.

O terceiro nutrimento que consumimos é o alimento das nossas intenções e volição. Esta é a nossa intenção profunda, o que queremos fazer da nossa vida. Nosso desejo de fazer algo pode nos dar um bocado de energia. Buda dá um exemplo muito claro:

Um rapaz em boa saúde vive numa cidadezinha. Fora da cidadezinha há um grande abismo cheio de carvões em brasa. Se alguém caísse dentro daquele abismo ficaria terrivelmente queimado. A pessoa sofreria muito e poderia morrer. Um dia dois homens fortes tentam puxar este rapaz em direção do abismo. Ele não quer ir lá. Ele sabe que se cair dentro do abismo sofrerá incrivelmente e poderá até mesmo morrer. Mas os fortes homens estão puxando ele naquela direção.

Estes dois homens fortes estão nos puxando; eles representam nossos desejos ardentes. Se quisermos ser famosos, esta intenção pode ser muito forte e pode nos puxar em direção daquele abismo cheio de sofrimento. O mesmo se dá se quisermos ter honra ou elogio. Uma ânsia por sexo pode também nos puxar em direção daquele abismo e criar muito sofrimento. Se tivermos ânsia de ganhar dinheiro, esta ânsia pode sair nos puxando. Nossos desejos ardentes nos consomem sem deixar espaço para consciência ou atenção.

O quarto nutrimento que consumimos é o alimento da consciência. Este se refere a nossa consciência como um todo – não só à nossa mente consciente, como também à nossa mente inconsciente. Esta é a estória contada por Buda sobre o alimento da consciência:

Um criminoso tinha recebido pena de morte. O rei ordenou aos soldados dele que o capturassem e prendessem e o trouxesse de volta à cidadezinha. Quando isto tinha sido feito, os soldados perguntaram ao rei o que eles deveriam fazer com o criminoso. O rei disse: “pela manhã, levem-no para fora e o apunhalem cem vezes.” Então eles fizeram isto. Mais tarde o rei perguntou a eles: “E o criminoso, vocês o apunhalaram cem vezes?” Eles responderam, “Sim, Sua Majestade, mas ele não morreu.” Então o rei disse: “Levem-no para fora de novo ao meio dia e o apunhalem cem vezes.” Depois de terem feito isso o rei perguntou: “O que aconteceu?” Os soldados responderam: “Ele não morreu.” Então o rei disse, “Levem-no para fora durante a noite e o apunhalem cem vezes.”

Talvez a esta altura ele tenha morrido. O Sutra não diz. Buda perguntou: “O que vocês acham monges, este homem sofreu?” E os monges disseram: “Senhor Buda ser apunhalado cem vezes é um sofrimento insuportável. Mas trezentas vezes é inimaginável.

Nós fomos apunhalados muitas vezes nos níveis profundos de nossa consciência. Mesmo antes de a espécie humana aparecer por lá já havia muito sofrimento sobre a Terra. Isto é o que o Budismo chama de A Primeira Nobre Verdade, que a vida envolve sofrimento, dukkha. Seja este doença, raiva, desespero ou depressão, nós podemos chamá-lo pelo seu nome. Todo o sofrimento que nossos ancestrais experienciaram está dentro de nós. Este tipo de sofrimento que o Buda fala a respeito quando o criminoso é espancado tantas vezes. Ele continua em nossa vida diária. Nós nos ferimos pelo que alguém disse e sentimos que aquela pessoa nos apunhalou. E nossos próprios pensamentos podem nos apunhalar centenas de vezes todo o dia.

No entanto, nosso sofrimento não é só nosso. Isto faz parte da Segunda Nobre Verdade do Budismo. É o sofrimento de todas as gerações anteriores, humanas e não humanas. É também o sofrimento da consciência coletiva do nosso próprio tempo. Temos nossa herança genética, mas também interexistimos com todas as espécies vivas conosco agora neste planeta. Podemos não viver numa zona de guerra, mas em níveis mais profundos da nossa consciência recebemos os efeitos do sofrimento do povo que vive onde existe guerra. Nossa mente consciente pode nunca saber disso, mas a nossa mente inconsciente está a par do sofrimento que está acontecendo em todo lugar.

Quando você estiver sofrendo é proveitoso reconhecer de onde o seu sofrimento vem – se é da consciência coletiva, da sua herança genética, ou de algo que alguém disse a você há pouco tempo atrás. Enquanto pensarmos “aquela pessoa é a culpada pelo meu sofrimento”, será muito difícil para nós transformá-lo. Se pensarmos que o aquecimento global é o culpado pelo nosso sofrimento, e não virmos nossa herança genética e todos os outros fatores será muito difícil transformar este sofrimento. Mas se virmos nossos sofrimentos como parte de uma consciência maior, isto alivia a nossa própria dor e o nosso sofrimento pode cessar. Esta é a Terceira Nobre Verdade: o bem-estar.

A Quarta Nobre Verdade do Budismo é que nosso sofrimento pode terminar se seguirmos um caminho de consciência. Se nós, enquanto raça humana, não praticarmos o consumo consciente dos quatro tipos de nutrimentos não conseguiremos salvar nosso planeta. Precisamos da iluminação, não apenas de uma pessoa, mas a iluminação coletiva de toda a raça humana. Nossa prática deve produzir este despertar coletivo. Cada um de nós tem que tocar Buda dentro de si todo dia, para que o despertar possa se manifestar dentro de nós e nas pessoas a nossa volta. Somente o despertar consegue salvar nosso planeta.

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[1] Food First Policy Brief # 13; por Eric Holt-Giménez e Isabella Kenfield, Março 2008. “A agricultura industrial dominada pelas corporações multinacionais são amplamente responsáveis pela criação de um sistema de alimentação global distorcido onde um bilhão sofre de obesidade enquanto oitocentos e quarenta milhões de pessoas passam fome.” foodfirst.org/en/node/2064.
NT Tofu é um tipo de queijo feito do leite de soja.
2 Livestock’s Long Shadow: Environmental Issues and Options (Nov.29, 2006) United Nations Food and Agriculture Organizations (FAO). “O setor dos animais de criação emergem como um dos dois ou três mais significantes contribuintes aos mais sérios problemas ambientais, a nível local e global... A contribuição da criação de animais para os problemas ambientais é de proporção massiva e a sua contribuição em potencial para as soluções destes problemas também são igualmente grandes. O impacto é tão significante que precisa ser tratado com urgência.” http://www.virtualcentre.org/en/frame.htm
4  The Soucebook for Teaching Science (July, 2008) por Dr. Norman Herr, California State University, Northridge. http://www.csun.edu/science/health/docs/tv&health.html

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